* panna cotta de iogurte e cardamomo, compota de damascos, licor de café


















fotos: llunkes


Apesar de a panna cotta ser considerada uma criação genuina do piemonte, especula-se que tenha sido, na verdade, inventada por uma senhora húngara que vivia na região pelos primórdios do século XX. O fato é que, desde que viu a luz do dia, essa sobremesa tornou-se (juntamente com o tiramisu) uma das favoritas do repertório italiano. Um dos motivos desse sucesso todo está na sua "mordida" incrivelmente macia e sedosa, que faz com que uma colherada dela derreta instantânea e voluptuosamente na sua boca. Ou, pelo menos, deveria ser assim. Acontece que a vida real aí fora tem sido um pouco "dura" com a maioria das panna cottas que tenho provado: as pobrezinhas são submetidas a doses tão absurdas de gelatina que se hipertrofiam em algo hipoteticamente identificável como um "pudinzinho de academia" - baixinho, bombadinho, esturricado e todo travado. É melhor nem morder. Deixe-o quieto! Uma panna cotta bacana mesmo, onde o elemento de sustentação utilizado é a gelatina ao invés de claras de ovo, não deveria jamais ser servida fora da sua forma. Para que se mantenha em pé sozinha, é necessário uma injeção de gelatina bem maior do que a desejada. E aí, já viu ... é dureza, mesmo! A idéia de substituir o tradicional creme de leite pelo iogurte é outra sacada que colou: a leveza e acidez típicas do iogurte tornam o “creme cozido” (panna cotta) uma opção mais saudável, deliciosa e muito refrescante . Espero que você goste. Jó étvágyat! (bom apetite) - diria a senhora húngara .

panna cotta de iogurte e cardamomo, compota de damascos, licor de café

O aroma floral e perfumado do cardamomo combina de uma maneira extraordinária com os tons levemente ácidos e torrados do café. Os árabes descobriram isso há muito tempo e, desde então, passaram a sorver seus cafés infusos com a presença dessa formidável especiaria pertencente à família do gengibre. A sobremesa aí abaixo apostou nessa fórmula e se deu super bem. E o bacana é que dá até para dispensar o cafezinho ... ou devorar a panna cotta juntamente com ele. Afinal, estamos falando de café, não é mesmo?


para 6 pessoas












650 ml iogurte integral
150 ml de creme de leite fresto
2 colheres de sopa de água fria
1,25 colheres de chá de gelatina em pó sem sabor
1 colher de chá de essência de baunilha
6 cardamomos, somente as sementes internas , trituradas
120 ml de açúcar
12 colheres de chá de licor de café
Compota de damascos ( receita abaixo)
6 colheres de chá de pistaches triturados

Preparo

1. Misture a água e a gelatina e deixe parado por 15 minutos.
2. Junte o yogurte e a baunilha em um recipiente.
3. Leve uma panela ao fogo. Espere aquecer e acrescente os cardamomos triturados e torre-os rapidamente por uns 30 segundos. Não deixe queimar. Acrescente o creme de leite e o açúcar e deixe levantar fervura. Baixe o fogo e cozinhe por 5 minutos. Desligue.
4. Coloque a gelatina amolecida no creme de leite e misture bem. Tampe a panela e deixe parado por 15 minutos.
5. Misture o creme ao yogurte e mexa bem.
6. Coloque em taças e leve à geladeira por, no mínimo, 6 horas.


Ao servir
Retire as taças da geladeira. Coloque uma colher de compota de damasco sobre a pannacotta e, sobre essa, duas colheres de chá de licor de café. Pulverize com os pistaches picados e sirva. Bom proveito!

compota de damascos

500g de damascos, picados
2 colheres de sopa de açúcar
1 cravo da índia
1 colher de chá de raspas de laranja
250 ml de suco de laranjas, fresco
250 ml de água

1. Coloque todos os ingredientes numa panela e deixe levantar fervura.
2. Baixe o fogo de cozinhe por uns 20 minutos ou até os damascos ficarem inchados e macios. Vá acrescentando mais água ou suco de laranja se for necessário. Desligue, ceixe esfriar e leve à geladeira até a hora de servir.


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Um comentário:

louis disse...

vais pensar que estou a te puxar o saco, mas é impossível parar de te elogiar meu caro super-cozinheiro: pois esta tua pannacotta é um desbunde ! Pela sua acidez, pelo seu brilho e pela sua textura de uma cremosidade surpreendente, ela provoca um acesso de gula totalmente irrefreável ! parabéns mais uma vez, luiz targa