


As operações eram mantidas no mais absoluto sigilo. Ninguém sabia dizer, com precisão, para onde as caravelas bascas se dirigiam. Suas infladas velas, ao mergulharem nas misteriosas brumas e tempestades marítimas, desapareciam no horizonte enigmático do Atlântico setentrional, sem deixar vestígios. Era sabido, entretanto, que tais embarcações ressurgiriam, semanas mais tarde, carregadas de ouro comestível, um alimento vital para a controlada Europa cristã dos primórdios anos mil.
Com a imposição de severas medidas corretivas que restringiam os prazeres das carnes por aproximados e infindáveis 150 dias ao ano, o catolicismo medieval privara a sua numerosa e reprimida população de alternativas alimentares proteicas e de entretenimento evolutivo. A ingestão de pescados, entretanto, era tolerável durante os árduos períodos de jejum, e os fiéis, satisfatoriamente resignados, concentravam seus apetites mais vitais e urgentes nessas possibilidades frias dos oceanos. O consumo de peixes, então, alavancou. Estava sedimentado, por fim, o próspero e extremamente lucrativo comércio do bacalhau, e os bascos levavam vantagens na disputada corrida ao ouro das águas. Exímios navegadores e renomados mestres na arte de preservar carnes com o emprego do sal, esses hábeis homens do mar haviam descoberto, em suas expedições pesqueiras por oceanos distantes e terras indefinidas, inesgotáveis “minas” de gadus morhua (bacalhau). O achado era preciosíssimo. Manter as localizações de tais tesouros anônimas e devidamente envoltas em uma aura de dúvida e mistério era imprescindível para o sucesso do negócio.
Se, por um lado, os espertos comerciantes da época eram cautelosos e discretos com seus vantajosos empreendimentos, os exploradores, por outro, - e para obter vantagens dos seus - irradiavam suas descobertas aos quatro cantos. Enquanto Cristóvão Colombo anunciava o incrível descobrimento de um novo continente, os bascos, em uma provável aposta estratégica, investiram no silêncio. E quando o silêncio é de prata, a palavra torna-se de ouro. Ao final, quem chorou primeiro, mamou. Não há dúvidas de que as oficiais histórias da humanidade estão repletas de bacalhaus escondidos. “Minas” deles.
(fotos: llunkes)
Com a imposição de severas medidas corretivas que restringiam os prazeres das carnes por aproximados e infindáveis 150 dias ao ano, o catolicismo medieval privara a sua numerosa e reprimida população de alternativas alimentares proteicas e de entretenimento evolutivo. A ingestão de pescados, entretanto, era tolerável durante os árduos períodos de jejum, e os fiéis, satisfatoriamente resignados, concentravam seus apetites mais vitais e urgentes nessas possibilidades frias dos oceanos. O consumo de peixes, então, alavancou. Estava sedimentado, por fim, o próspero e extremamente lucrativo comércio do bacalhau, e os bascos levavam vantagens na disputada corrida ao ouro das águas. Exímios navegadores e renomados mestres na arte de preservar carnes com o emprego do sal, esses hábeis homens do mar haviam descoberto, em suas expedições pesqueiras por oceanos distantes e terras indefinidas, inesgotáveis “minas” de gadus morhua (bacalhau). O achado era preciosíssimo. Manter as localizações de tais tesouros anônimas e devidamente envoltas em uma aura de dúvida e mistério era imprescindível para o sucesso do negócio.
Se, por um lado, os espertos comerciantes da época eram cautelosos e discretos com seus vantajosos empreendimentos, os exploradores, por outro, - e para obter vantagens dos seus - irradiavam suas descobertas aos quatro cantos. Enquanto Cristóvão Colombo anunciava o incrível descobrimento de um novo continente, os bascos, em uma provável aposta estratégica, investiram no silêncio. E quando o silêncio é de prata, a palavra torna-se de ouro. Ao final, quem chorou primeiro, mamou. Não há dúvidas de que as oficiais histórias da humanidade estão repletas de bacalhaus escondidos. “Minas” deles.
(fotos: llunkes)
escabeche de bacalhau, pimentão e azeitonas
Este escabeche de bacalhau é uma alternativa super leve aos pesados - embora saborosíssimos - gratinados de bacalhau. Ao serví-lo sobre uma torradinha ou acompanhando uma salada de folhas verdes, o prato torna-se uma excelente entrada para o verão que se aproxima. Bom proveito.
(para 4 pessoas)
Este escabeche de bacalhau é uma alternativa super leve aos pesados - embora saborosíssimos - gratinados de bacalhau. Ao serví-lo sobre uma torradinha ou acompanhando uma salada de folhas verdes, o prato torna-se uma excelente entrada para o verão que se aproxima. Bom proveito.
(para 4 pessoas)
500 g de bacalhau demolado
1 cebola branca descascada e partida ao meio
2 folhas de louro
0,5 xícaras de óleo de oliva
3 dentes de alho, esmagado
2 colheres de chá de mostarda em grãos
1 pimentão vermelho sem sementes , sem peles, e cortado em tiras
40 g de zeitonas pretas
30 g de ervilhas pré-cozidas
1 cebola roxa pequena cortada em fatias finas
raspas de ¼ de uma laranja
raspas de 0,5 limão siciliano
1 colher de chá de páprica doce
pitada de açúcar
sal marinho a gosto
4 colheres de sopa de vinagre de jerez
1 ramo de alecrim
1 ramos de tomilho
salsinha picada
pimenta do reino moida
PREPARO
1. Coloque o bacalhau em agua fria e leve a geladeira por 36 horas, trocando a água umas 4 vezes. Retire da água e seque. Leve ao fogo uma panela com água, as duas metades da cebola branca. Deixe ferver e baixe o fogo ao mínimo. Cozinhe o bacalhau até ficar macio. Desligue e retire o peixe do líquido. Deixe esfriar e desfie em pedaços grandes. Reserve.
2. Em uma panela , coloque o óleo de oliva, a mostarda, o louro e o alho e cozinhe até ficar fragrante.Acrescente a páprica, o tomilho e o alecrim e desligue. Inclua o vinagre, o pimentão, as azeitonas, a cebola roxa, as raspas de laranja e limão, o açúcar e o sal e a pimenta moida. Deixe esfriar. Derrame sobre as lascas de bacalhau. Leve à geladeira e deixe marinar por 24 horas. Acrescente as ervilhas e a salsinha e sirva como um entrada no topo de uma salada ou sobre uma fatia de pão rústico torrado.
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